Bebe-me

Taste the sweet embrace of death.

Cast your spell...
make me faint.

Vem até mim
a minha alma mata.
Faz penetrar no meu coração
a cruz dos pecados.
Sinto o frio,
o desprezo,
e esqueço tudo,
esqueço todos,
a minha infelicidade desaparece
os meus temores não são mais.

A certeza da minha angústia,
o medo do temor,
o pavor desta vida amaldiçoada.
Vem!
Tira-me tudo!
Desfaz a teia do meu destino,
beija-me Erzsébet,
consome a minha podridão,
consome todo o negro que me corrói,
bebe o meu sangue que há muito azedou,
bebe o ódio que em mim se acumulou.
Leva-me,
no inverno das nossas vidas,
no verão da nossa morte.

Insomnium

A noite acordou em chamas,
acordou-me do meu pesadelo.
Estás deitada ao meu lado mas não me vês,
sou-te indiferente.
Semeias em mim o medo,
o pavor de não te ter.
Chamo por ti,
um grito angustiante e inaudível
que fere a vista como o brilho da noite
que me despedaça o coração qual frágil rosa no outono das nossas vidas.
Oh....
Um suspiro possui a minha alma,
porque não me vês minha Afrodita da sedução?
És qual Banshee que a vida tira de mim,
qual Erzébeth que meu sangue melancólico bebe.
Acorda...
Não me deixes sozinho neste pesadelo.
Olha para mim.
Ama-me para sempre.

Ritual

Seduzido pelo teu olhar, Afrodite do pecado,
No teu leito nos deitamos e consumamos a nossa paixão.
O prazer mistura-se com a dor, o desejo é puro e carnal.

Carress my hand
lick my blood in your lips
Cut my throat with your nails
Let me be thy beloved

Liberto-te da obscenidade que é a tua virgindade,
consumando o ritual a que chamam amor.
Sangras e choras enquanto um só nos tornamos,
enquanto as tuas unhas negras penetram na minha pele.

Carress my hand
lick my blood in your lips
Cut my throat with your nails
Let me be thy beloved

Je te sent m'embrasser.
Je te sent me tuer
Lache ton sort du déshonneur sur moi.
J'ai perdu toute ma foi.
Le pauvre banni que je suis devenu...
...je suis défait.
L'air est calme.La mer meur.
Je la sent m'appeller...
...la Vallée de la Mort

Je t'aime....je te hais!

Fazes-me sofrer,
mostras-me sentimentos de esperança.
(Je t'aime)
Porquê?
A tristeza imensa invade a minha alma,
a raiva toma a minha inconsciência.
Porque não te esqueço?
Injectas-me nas veias esta maldita esperança,
porque me obrigas a beber do teu veneno?
Porquêêê?
O meu desgosto é imenso...
...o meu amor é maior.
Um amor cheio de ódio,
(Je te hais)
um amor cheio de lágrimas,
e que de negro me preenche.
O meu sangue é tristeza,
um rio de melancolia que me perfaz.
Porque me matas?
Porquê?

Les larmes coulent de mes yeux,
le sang coule de mes bras...
Je t'aime....Je te hais!

E os pesadelos negros assombram a minha mente,
e eu vivo na memória que em ti não existe.
Amo-te!
Porque me amas?Mas porque não me amas?
A indiferença vive entre nós,
o abismo gutural forma-se entre as nossas mãos que se vão largando,
e perco-te....
Perdoa-me....pois eu não sei se te posso perdoar....
Um dia talvez...com o perdão...a paixão?
Oh ama-me.
Eu....amo-te...odeio-te...

Ámen

Choras as tuas memórias deprimentes,
na tua mente mórbida correm as lembranças de quando o Éden te era prometido,
os risos sádicos que ouvias quando Jesus penetrava em ti.
E na tua inocência pensavas guardar o teu canto no céu.
Memórias da cruz divina,
a tomadora da tua inocência virginal,
a assombração das orgias santas em que faziam de ti puta de Deus.
Agora,
as marcas guardas no teu corpo,
todas as lâminas que cortaram teus braços,
toda a dor que em ti infliges,
todo o sangue pu(t)rificado que queres perder.
O sentimento de raiva guardas em ti,
uma raiva que te enoja,
que te faz vomitar quando choras.
A heresia que nasce dentro de ti,
a podridão que decora o sagrado,
tudo numa palavra proferes...
...Ámen!

Obsessão pela dor...

Percorrem os caminhos da memória,
a solidão que os invade é brutal
e a morte é a solução.
A podridão nefasta corrompe o seu pensamento,
tornam-se putrefactos,
apodrecendo sem saber porquê
nesta hipocrisia demente,
numa maré de angústia.
A vontade de viver é grande,
a de morrer é maior.
Sentem-se sós e agem sem pensar,
apanhados pelas garras da ignorância
pensam que se podem esconder.
Agora
jazem...
imóveis,
calados,
sós!
A escuridão apodera-se finalmente de suas almas,
o céu é negado...
o inferno é utópico!
Vagueiam como que alguém arrependido
pedindo aos podres que ficaram,
uma segunda oportunidade...a verdadeira luz ao fundo do túnel.
Vagueiam para sempre como memórias,
memórias que se vão perdendo,
e adormecem...
para sempre!

O som da morte

Dança, canta,
Chegou a hora da alegria,
do êxtase eterno.
Chegou o anjo de Satanás,
que nos vem recrutar para o seu exército.
O exército das sombras, o exército do sangue.
Dança, canta, saboreia o som da morte.
Saboreia as lágrimas de sangue que te pintam o rosto,
atinge o orgasmo cerebral efémero que lunática te torna.
Morre de forma memorável,
deixa a tua marca nesta podridão.
Deixa alastrar toda a tua loucura
vive só para morrer.
Morre só para mim.
Dança, canta, ao som da morte que se aproxima.

Storm in my heart

Deito-me.
escondo-me debaixo dos lençóis.
Lágrimas.
A minha mágoa é grande.
Não quero mais ver nignuém.
Quero estar sozinho.
Ouço os trovões lá fora.
A Natureza está em sintonia com o meu coraçao
A minha alma escurece os céus.
Uma janela que se abre
o vento ecoa pelas minhas paredes
Sussura-me...
palavras simples.
quentes
Um vento que leva as nuvens.
que acalma a tempestade
Uma brisa que limpa o céu,
que me faz querer acordar.
Conseguirei?
Serei capaz?
Deixem-me escondido
Deixem-me meditar
Deixa-me tentar viver de novo.

Dedicado a ti que me aconselhaste a levantar, abrir a janela e espreitar as coisas boas.

Dream world

Negro que corre de mim
em direcção ao que fomos.

Fada - Pt. III

As fadas... creio nelas!
Umas são moças e belas,
Outras, velhas de pasmar...
Umas vivem nos rochedos,
Outras pelos arvoredos...
Riem e cantam à beira do mar

Quantas vezes já deitado
Mas sem sono, inda acordado
Me ponho a considerar
Que condão eu pediria
Se uma fada, um belo dia
Me voltasse a fadar
O que eu seria?

Algumas em fonte fria
Escondem-se enquanto é dia
Saem só ao escurecer
Outras, debaixo da terra
Nas grutas verdes da serra
É onde se vão esconder

O vestir... são tais riquezas
Que rainhas nem princesas
Nenhuma assim se vestiu
Porque as riquezas das fadas
São sabidas e celebradas
Por toda a gente que as viu

Mas entre todas as fadas,
Entre toda a magia,
Existe uma que realça:
Transforma tudo com alegria.

E quando a noite é clara e amena
E a lua vai mais serena
Deixa-me ir...deixa-me espreitar-te.

Adaptado de Fadas, poema de Antero de Quental, com adaptações de Hyubris e Thanatos

Fada - Pt. II

A tua voz.
O teu riso.
A tua melodia.
Um convite.
Cumplicidade.
A nossa musica.
A minha alegria.
O meu sorriso.
Felicidade.
Saudade.
Nostalgia.
Cores.

Fada

Chegaste cintilante.
Tudo parou à tua chegada.
Brilhavas qual estrela no céu.
Trouxeste luz à minha escuridão,
cor ao meu negro.
Com o teu olhar me arrancaste um sorriso,
com os teus lábios incutiste em mim desejo.
Mas pouco durou a tua luz
e o brilho foi fugindo.
Agora,vejo-te ao longe,
uma fada perdida na vastidão das trevas.
E todos os dias caminho,
todos os dias luto na escuridão,
até que da luz me vá aproximando
e te possa reconquistar,
e te possa voltar a amar.

Medo....

Ouço aquela música,
os sons que me fazem lembrar-te,
sinto os teus aromas,
ouço o teu riso,
revejo aquele sorriso.
As lágrimas caem.
Sinto a tua falta.
Sinto falta das palavras que me sussurravas,
dos afectos que trocávamos.
Sinto falta de viver.
Sinto o toque frio da lâmina no meu pulso.
Sinto o negro da noite,
sinto a escuridão que me envolve.
Sinto o sangue a esvair-se,
a tristeza e as mágoas a fugirem
e com elas as poucas alegrias que vivi.
Sinto....
e não sinto mais.

Mortalitas

Ouço o teu sussurrar,
o murmurar
que quebra o silêncio da noite.
As tuas palavras num sopro,
um sopro que transporta a minha morte.
Com os nossos corpos num só,
formamos um mundo perfeito,
um equilíbrio harmonioso.
Mas eis que chegam as nuvens.

Agora,
sozinho,
almadiçoado,
desejo ser um anjo da escuridão
enquanto espero pelo teu último suspiro,
o suspiro da minha morte.

tu propono mei letum

Solidão

Deito-me,
fecho os olhos,
o silêncio à minha volta,
a escuridão que me rodeia.
Efémeros momentos depois,
segundos que parecem horas,
uma sensação de sobressalto,
acordo lavado em lágrimas,
vejo mortes,
a morte daqueles que amo,
a morte de mim próprio.
Apetece-me chorar,
ter alguém que me ouça,
alguém que me abrace,
uma pessoa que comigo
morra afogada nas minhas lágrimas.
Mas ela não chega,
e a minha solidão cresce,
uma solidão que me rasga,
que me mata por dentro.
Uma solidão que tal como a minha melancolia
me corre nas veias de sangue negro.
Uma solidão....

Procuro-te

Procuro-te
Onde te escondeste?
Desde que me deixaste
o meu coração deixou de bater,
os meus olhos deixaram de ver.
Os meus sentidos falham-me,
caio desmaiado num chão molhado,
húmido de lágrimas,
um oceano de mágoas,
tristezas por mim imaginadas,
e para sempre em mim impregnadas.
Procuro-te
onde te escondeste?
Deixaste-me sozinho na amargura,
a viver algo que nunca alcancerei,
algo que nunca atingirei,
uma felicidade utópica que dizias poder ser real.
Procuro-te
onde te escondeste?

Parabéns....

Mais um dia
Mais um ano
Dizem-me que é um dia especial.
Porém,
comemoro algo que nao desejo.
Comemoro mais um ano nesta palhaçada de mundo,
neste antro de futilidades e cinismos...
Comemoro mais um ano nesta vida sem sentido.
Peço-vos:
Deixem-me dormir,
dormir por mais um ano,
mais uma década,
mais um século.
E espero que quando acordar,
ter desejos de comemorar.

Caged

My tears will never fade,
I am such a doomed lover.
My heart will never love again
It is locked in a cage of hate
Living with my impure thoughts
Turning my soul darker and darker
And now i am searching you
Where are you?
Why did you escape?
Why did you stop loving me?
Why did you kill me?
Where are you my love?
I can't find you.
You tell me to have faith
but I have lost it all.
Now all that remains,
is my will to die!

Saudade...

Tenho saudades de ti...
Saudades dos teus lábios,
saudades do teu corpo,
saudades do teu desejar,
saudades do teu respirar,
saudades do teu sussurar,
saudades do teu sabor,
saudades do teu odor,
saudades de me sentir a vontade contigo.
E quando penso nisso,
quando quero matar saudades de tudo isso,
um medo se apodera de mim,
uma cobardia tal que me faz recuar,
um pavor que nao me deixa aproximar,
e a saudade fica lá,
à espera que um dia se torne mais uma vez
no mais alegre dos sentimentos.

Ressurection

Deixa-me tocar-te,
Deixa-me olhar-te nos olhos.
Deixa-me fazer-te saborear esta dor
E sofre por mim.
Vê a escuridão nos meus olhos,
Sente-a penetrar-te.
Deixa-me lamber o teu sangue,
Deixa-me beber a tua vida.
E neste meu mundo de tentação
por ti esperarei
e infinitos prazeres te mostrarei.
Beijo-te desde os pés,
até à tua boca.
Ouço-te gemer,
ouço-te gritar enquanto o sangue se esvai de ti.
Consigo sentir o cheiro do teu medo,
ver a tua expressão de terror!
E beijo-te,
e sinto os teus lábios sangrentos.
E com o teu sangue,
com o teu amor e o teu ódio,
o teu vermelho e o teu negro,
conseguirei morrer,
ressuscitar no mais belo paraíso,
ser feliz na morte!

Filhos da escuridão

Vivo escondido.
Vivo na escuridão
odiando o dia.
Necessito de beber o teu sangue,
saborear o pecado na tua carne,
ver-te apagar e reduzir-te a nada.
Sou um filho da noite,
uma cria da escuridão.
Sou o teu prazer,
Sou o teu destino....
O teu sangue me satisfaz,
quero a tua alma,
junta-te a mim,
e nunca morreremos pois para sempre
seremos, os filhos da noite.
Vivo na escuridão,
Odeio o dia,
Escondo-me nas sombras.
Sou uma criatura das trevas,
Quero o teu sangue,
Sou a sedução do mal.

Um cigarro...

Apago as luzes,
sento-me no chão.
A escuridão é a minha única companheira...
Pego num cigarro e acendo-o.
Ouço o crepitar do papel,
sinto o cheiro que dele emana,
o fumo penetra-me nas narinas....
Então sinto algo a aproximar-se..
Ao longe vejo as servas das trevas
elas chamam por mim.
Uma das ninfas aproxima-se de mim,
abraça-me,
beija-me com os seus lábios negros de veneno e sussurra-me:
"Sou a fada da Morte,não te posso perdoar"
E então num momento de nervosismo
o cigarro cai-me das mãos....
Sinto tudo a arder,
sinto que o Inferno veio até mim.
E a ninfa solta um riso e no misto de chamas e escuridão desaparece.
Um barulho,uma luz,o despertar da minha mente.
Acordo e vejo que tudo não passou de um sonho,
uma ilusão vinda dos meus mais profundos desejos.
E o cigarro por acender e a minha vida por viver....

Como é bom

Como é bom sentir-se desejado,
e sentir que alguém olha para nós.
Como é bom fazer amor à chuva,
atingir um orgasmo tão intenso que sentimos o rebentar das nossas veias,
sentir a chuva misturar-se com as nossas lágrimas,o nosso suor,
sentir a chuva levar o nosso sangue que de vermelho só tem a cor.
Como é bom sentir que o meu negro se transforma em cinzento.
Como é bom consumir-te sem ter a escuridão como parasita,
sem que ela me consuma os meus pensamentos mais fundos.
Como é bom sentir-se livre nem que por uns efémeres instantes!

As 5 manias...

Bem,os próximos cinco posts vão ser um pouco diferentes...aliás,vão ser algo conceptuais.
Aceitei o convite feito pela bloguista Catarina que consiste em enumerar cinco manias minhas.
Aqui fica a transcrição desse mesmo convite:
"Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Além disso, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue."
Espero que gostem dos próximos cinco capítulos que só irão ser postados quando a "obra" estiver concluída (isto a pedido de alguém.eheh)

I. Indiferença

Aqui estou eu.
Vivo a minha vida morto.
Estou neste mundo e tudo passa por mim sem eu me aperceber
Deixo fugir as coisas antes mesmo de as reconhecer
Sem mesmo antes de as conhecer ou de me agarrar a elas.
Tudo me foge,tudo me é indiferente.
"Vivo" porque tenho que o fazer
esperando que O Momento chegue.
À espera de ser salvo.

II. Fascínios

Fascinam-me as pequenas coisas,
todas essas coisas insignificantes para os outros,
tudo o que os outros pisam,
tudo aquilo que é ignorado,
todos os pequenos gestos,
a mais pequena lágrima,
a mínima carícia,
o mais tímido sorriso,
o mais discreto olhar.
Fascinam-me todas as coisas que,
tal como eu passam despercebidas,
que tal como eu são insignificantes
aos olhos dos outros!

III. Eterna procura pelo refúgio perfeito

Vivo sempre à espera de um dia encontrá-lo.
Aquele sítio meu que um dia me foi roubado.
Uma caverna onde me posso refugiar,
uma gruta onde me posso revelar,
um sítio onde posso ser eu,
onde posso voltar a significar algo.
Um refúgio onde as coisas façam sentido.
Um lugar onde as insignificâncias tenham significado.
Um lugar chamado MORTE!

IV. O sugar dos sentimentos

Nas minhas deambulações,
sinto choros,
sinto tristeza,
sinto melancolia.
Sinto que tenho um dom,
esta maldição só minha,
este pesadelo que me transmite a negatividade dos outros.
E no dia em que vivo a sorrir,
no dia em que o negro se torna cinzento,
nesse dia vejo alguém a chorar,
uma rapariga com os cabelos molhados de suas lágrimas.
E ao passar por ela,
o cinzento se torna negro de novo
e ela sorri,
sorri enquanto eu choro a tristeza dela,
a melancolia dela,
a saudade dela,
as mágoas do mundo!

Dead Rose

Mais um dia,
Mais um mês....
Mais uma recordação,
Um momento de nostalgia.
Vejo-te a sorrir.
Nos meus sonhos
mostras um sorriso de amor
Um sorriso de horror.
Onde estás tu?
Porque te escondes de mim?
Diz-me para onde te levaram.
Diz-me o que sentiste
quando a sombra te acariciou,
quando Thanatos te sussurou,
quando Ele te pegou na mão,
e para longe de nós te levou.
Porque é que os sentimentos de saudade insistem em ficar?
Porque é que a felicidade é efémere?
Porque teimas em assombrar os meus pensamentos?
Deixa-me fazer-te companhia.
Deixa-me partilhar contigo os teus sentimentos.
Deixa-me partilhar contigo a tua dor.
Deixa-me partilhar contigo essa tua nova vida...
Essa tua nova vida que é a morte.
Volta para nós ou deixa-me ir ter contigo.
R.I.P

(Em lembrança de uma pessoa muito especial que nos abandonou :'(

O Dom...

Foi-me dado um dom,
um dom que eu sempre rejeitei
mas o desejo de me ser retirado nunca me foi concedido.
Agora carrego esta maldição.
Vejo as misérias dos outros,
observo a futilidade do mundo,
vagueio por este mundo de falsas apareências.
E espero que um dia
o meu dom,
a minha maldição,
me seja tirada.
Espero pelo dia em que o negro tomará parte de mim,
e em que no Éden de Thanatos
eu possa repousar em paz.
Espero pelo dia em que me seja tirada este meu dom,
mais que um dom,esta maldição:
a vida!

Sinto-me....

Sinto-me vazio.
Sinto-me inútil.
Sinto-me a ser algo que não sou.
Sinto que faço as coisas para agradar.
Sinto que não sou o que deveria ser.
Sinto-me mal.
Sinto-me com vontade de chorar...
...chorar até me afogar nas minhas lágrimas,
afogar-me na minha água,
uma água suja,negra de pecado.
Sinto que assim tornaria tudo e todos melhores.
Sinto-me.....

Caixa de Pandora

Deambulando neste mundo de falsas esperanças
de sonhos mil, de muitas mais ilusões
foi-me dada a efémere felicidade de tropeçar
numa caixa.
Com a minha ingenuidade e tentação lancei-me a ela...
Abri-a com ânsia
como se mais amanha não houvesse.
E então saiu de lá algo que
nenhum comum mortal pode descrever.
Uma revelação talvez divina talvez infernal.
Tomei-a como uma felicidade,
como um novo antro que talvez me pudesse acolher.
Era linda,cheia de cor,
de felicidade e de sonhos prontos a serem concretizados.
A sua luz me ofuscava enquanto me tentava a segui-la.
Porém num momento de fraqueza revelou a sua verdadeira natureza.
Essa revelação era nada mais que uma personificação camaleónica.
Uma ilusão que se transformava nos meus mais profundos desejos e sentimentos.
E quando eu me desviei por breves momentos da luz,
a sua luz tembém se transformou em escuridão.
Uma escuridão tão grande que por entre meus dedos se escapou.
Fugiu com um grito tão chocante que meu coração mais uma vez se despedaçou.
E então mais uma vez a caixa se fechou
à espera que outro sonhador,
outro ser deambulante deste mundo negro
lhe desse a conhecer seus desejos,seus pensamentos.
Sinto falta do amparo da caixa misteriosa.
Porque te foste e me deixaste de novo sem refúgio?
Espero um dia poder voltar a encontrar-te
e redescobrir o que é a luz, a cor, a felicidade.....

(inspirado em alguém..alguém especial à sua maneira)

À amizade.....

Revela-me o teu futuro.
Abre a tua mente para mim.
LIBERTA-TE!
Deixa-me sugar os teus pecados,
os teus medos.
Deixa-me ser o teu anjo negro
e....
....e alimenta-me com a tua infelicidade.
Deixa-me morrer com as tuas misérias
enquanto vives os teus sonhos
Atinge o pleno êxtase,
o orgasmo da eterna felicidade!!!

(Dedicado a uma pessoa muito especial,amiga e confidente de muitos anos....)

Chamamento

GRITO!!!!
Chamo por elas...
Pelas servas,as fadas das trevas.
Se me alcançarem, levam-me
Se ficar, viverei morto
numa terra inóspita
de seres ocos.
Por isso faço o chamamento
ao anjo negro,o santo das Trevas
Para que me venha sussurar o seu segredo,
O segredo que me levará,
Que levará todos os meus pecados
Que levará os meus pensamentos
Que queimará a minha pele.
E depois,num mundo mais negro
Onde só as ninfas me aguardam
Tudo fará mais sentido
A minha vida fará mais sentido...
...Quando for morte.

L'ombre

Je la sent m'embrasser.
Je la sent m'éroder.
Lache les chiens du déshonneur sur moi.
J'ai perdu toute ma foi.
Éleve le pauvre banni que je suis devenu.
Je suis défait.
L'air est calme.La mer meur.
Je sent la Vallée de la Mort m'appeller...

Vida

O que é afinal a vida?
Vejo-a como uma mera passagem pela terra até ao grande momento final.
Não é mais do que mais uma das formas do sofrimento....tudo o que nos dá tira,mostra-nos o amor mas logo de seguida a mais forte desilusão...dá-nos pitadas de felicidade mas quando a começamos a gozar vem a mais forte tristeza e saudade...a morte daqueles que ela nos fez amar,a melancolia,o escurecer do coração,uma alma cada vez mais escura até que......tudo se desvanece.....não existe mais vontade....toda a ilusão que foi dada desaparece e nada mais faz sentido....e agora?Que fazer?
As coisas belas da vida fizeram-me sair do meu eu,um refugio que era so meu e onde comigo partilhava tudo...e agora,agora que tudo se desmoronou,agora que a minha vida se tornou em algo de apocalíptico e que tento refugiar-me de novo em mim mesmo vejo que foi só um truque,só uma forma de ela me apanhar nas suas teias e preencher o meu antro com ilusões,pseudo-felicidades,cores falsas.E agora que nada mais faz sentido,estou impossibilitado de me refugiar!!!Sigo então como mais um amaldiçoado nesta terra falsa onde não me consigo enquadrar,sigo até que chegue Thanatos e com um sopro me tire esta maldição que é a VIDA!