segunda-feira, maio 29, 2006

Fada

Chegaste cintilante.
Tudo parou à tua chegada.
Brilhavas qual estrela no céu.
Trouxeste luz à minha escuridão,
cor ao meu negro.
Com o teu olhar me arrancaste um sorriso,
com os teus lábios incutiste em mim desejo.
Mas pouco durou a tua luz
e o brilho foi fugindo.
Agora,vejo-te ao longe,
uma fada perdida na vastidão das trevas.
E todos os dias caminho,
todos os dias luto na escuridão,
até que da luz me vá aproximando
e te possa reconquistar,
e te possa voltar a amar.

terça-feira, maio 23, 2006

Medo....


Ouço aquela música,
os sons que me fazem lembrar-te,
sinto os teus aromas,
ouço o teu riso,
revejo aquele sorriso.
As lágrimas caem.
Sinto a tua falta.
Sinto falta das palavras que me sussurravas,
dos afectos que trocávamos.
Sinto falta de viver.
Sinto o toque frio da lâmina no meu pulso.
Sinto o negro da noite,
sinto a escuridão que me envolve.
Sinto o sangue a esvair-se,
a tristeza e as mágoas a fugirem
e com elas as poucas alegrias que vivi.
Sinto....
e não sinto mais.

domingo, maio 21, 2006

Mortalitas


Ouço o teu sussurrar,
o murmurar
que quebra o silêncio da noite.
As tuas palavras num sopro,
um sopro que transporta a minha morte.
Com os nossos corpos num só,
formamos um mundo perfeito,
um equilíbrio harmonioso.
Mas eis que chegam as nuvens.

Agora,
sozinho,
almadiçoado,
desejo ser um anjo da escuridão
enquanto espero pelo teu último suspiro,
o suspiro da minha morte.

tu propono mei letum

quarta-feira, maio 17, 2006

Solidão

Deito-me,
fecho os olhos,
o silêncio à minha volta,
a escuridão que me rodeia.
Efémeros momentos depois,
segundos que parecem horas,
uma sensação de sobressalto,
acordo lavado em lágrimas,
vejo mortes,
a morte daqueles que amo,
a morte de mim próprio.
Apetece-me chorar,
ter alguém que me ouça,
alguém que me abrace,
uma pessoa que comigo
morra afogada nas minhas lágrimas.
Mas ela não chega,
e a minha solidão cresce,
uma solidão que me rasga,
que me mata por dentro.
Uma solidão que tal como a minha melancolia
me corre nas veias de sangue negro.
Uma solidão....

quinta-feira, maio 11, 2006

Procuro-te




















Procuro-te
Onde te escondeste?
Desde que me deixaste
o meu coração deixou de bater,
os meus olhos deixaram de ver.
Os meus sentidos falham-me,
caio desmaiado num chão molhado,
húmido de lágrimas,
um oceano de mágoas,
tristezas por mim imaginadas,
e para sempre em mim impregnadas.
Procuro-te
onde te escondeste?
Deixaste-me sozinho na amargura,
a viver algo que nunca alcancerei,
algo que nunca atingirei,
uma felicidade utópica que dizias poder ser real.
Procuro-te
onde te escondeste?