domingo, outubro 22, 2006

Bebe-me


Taste the sweet embrace of death.
Cast your spell...
make me faint.

Vem até mim
a minha alma mata.
Faz penetrar no meu coração
a cruz dos pecados.
Sinto o frio,
o desprezo,
e esqueço tudo,
esqueço todos,
a minha infelicidade desaparece
os meus temores não são mais.

A certeza da minha angústia,
o medo do temor,
o pavor desta vida amaldiçoada.
Vem!
Tira-me tudo!
Desfaz a teia do meu destino,
beija-me Erzsébet,
consome a minha podridão,
consome todo o negro que me corrói,
bebe o meu sangue que há muito azedou,
bebe o ódio que em mim se acumulou.
Leva-me,
no inverno das nossas vidas,
no verão da nossa morte.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Insomnium

A noite acordou em chamas,
acordou-me do meu pesadelo.
Estás deitada ao meu lado mas não me vês,
sou-te indiferente.
Semeias em mim o medo,
o pavor de não te ter.
Chamo por ti,
um grito angustiante e inaudível
que fere a vista como o brilho da noite
que me despedaça o coração qual frágil rosa no outono das nossas vidas.
Oh....
Um suspiro possui a minha alma,
porque não me vês minha Afrodita da sedução?
És qual Banshee que a vida tira de mim,
qual Erzébeth que meu sangue melancólico bebe.
Acorda...
Não me deixes sozinho neste pesadelo.
Olha para mim.
Ama-me para sempre.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Ritual

Seduzido pelo teu olhar, Afrodite do pecado,
No teu leito nos deitamos e consumamos a nossa paixão.
O prazer mistura-se com a dor, o desejo é puro e carnal.

Carress my hand
lick my blood in your lips
Cut my throat with your nails
Let me be thy beloved

Liberto-te da obscenidade que é a tua virgindade,
consumando o ritual a que chamam amor.
Sangras e choras enquanto um só nos tornamos,
enquanto as tuas unhas negras penetram na minha pele.

Carress my hand
lick my blood in your lips
Cut my throat with your nails
Let me be thy beloved

Je te sent m'embrasser.
Je te sent me tuer
Lache ton sort du déshonneur sur moi.
J'ai perdu toute ma foi.
Le pauvre banni que je suis devenu...
...je suis défait.
L'air est calme.La mer meur.
Je la sent m'appeller...
...la Vallée de la Mort

domingo, outubro 08, 2006

Je t'aime....je te hais!

Fazes-me sofrer,
mostras-me sentimentos de esperança.
(Je t'aime)
Porquê?
A tristeza imensa invade a minha alma,
a raiva toma a minha inconsciência.
Porque não te esqueço?
Injectas-me nas veias esta maldita esperança,
porque me obrigas a beber do teu veneno?
Porquêêê?
O meu desgosto é imenso...
...o meu amor é maior.
Um amor cheio de ódio,
(Je te hais)
um amor cheio de lágrimas,
e que de negro me preenche.
O meu sangue é tristeza,
um rio de melancolia que me perfaz.
Porque me matas?
Porquê?

Les larmes coulent de mes yeux,
le sang coule de mes bras...
Je t'aime....Je te hais!

E os pesadelos negros assombram a minha mente,
e eu vivo na memória que em ti não existe.
Amo-te!
Porque me amas?Mas porque não me amas?
A indiferença vive entre nós,
o abismo gutural forma-se entre as nossas mãos que se vão largando,
e perco-te....
Perdoa-me....pois eu não sei se te posso perdoar....
Um dia talvez...com o perdão...a paixão?
Oh ama-me.
Eu....amo-te...odeio-te...

sexta-feira, outubro 06, 2006

Ámen








Choras as tuas memórias deprimentes,
na tua mente mórbida correm as lembranças de quando o Éden te era prometido,
os risos sádicos que ouvias quando Jesus penetrava em ti.
E na tua inocência pensavas guardar o teu canto no céu.
Memórias da cruz divina,
a tomadora da tua inocência virginal,
a assombração das orgias santas em que faziam de ti puta de Deus.
Agora,
as marcas guardas no teu corpo,
todas as lâminas que cortaram teus braços,
toda a dor que em ti infliges,
todo o sangue pu(t)rificado que queres perder.
O sentimento de raiva guardas em ti,
uma raiva que te enoja,
que te faz vomitar quando choras.
A heresia que nasce dentro de ti,
a podridão que decora o sagrado,
tudo numa palavra proferes...
...Ámen!

quinta-feira, outubro 05, 2006

Obsessão pela dor...










Percorrem os caminhos da memória,
a solidão que os invade é brutal
e a morte é a solução.
A podridão nefasta corrompe o seu pensamento,
tornam-se putrefactos,
apodrecendo sem saber porquê
nesta hipocrisia demente,
numa maré de angústia.
A vontade de viver é grande,
a de morrer é maior.
Sentem-se sós e agem sem pensar,
apanhados pelas garras da ignorância
pensam que se podem esconder.
Agora
jazem...
imóveis,
calados,
sós!
A escuridão apodera-se finalmente de suas almas,
o céu é negado...
o inferno é utópico!
Vagueiam como que alguém arrependido
pedindo aos podres que ficaram,
uma segunda oportunidade...a verdadeira luz ao fundo do túnel.
Vagueiam para sempre como memórias,
memórias que se vão perdendo,
e adormecem...
para sempre!

terça-feira, outubro 03, 2006

O som da morte




Dança, canta,
Chegou a hora da alegria,
do êxtase eterno.
Chegou o anjo de Satanás,
que nos vem recrutar para o seu exército.
O exército das sombras, o exército do sangue.
Dança, canta, saboreia o som da morte.
Saboreia as lágrimas de sangue que te pintam o rosto,
atinge o orgasmo cerebral efémero que lunática te torna.
Morre de forma memorável,
deixa a tua marca nesta podridão.
Deixa alastrar toda a tua loucura
vive só para morrer.
Morre só para mim.
Dança, canta, ao som da morte que se aproxima.